Prefeita já se envolveu em confusão após ataques considerados capacitistas contra o ex-prefeito

O primeiro castelo de Morro do Chapéu comprova: o progresso chegou!

O imóvel é um investimento da família Araújo! 

Em 1984, a professora Judith Arlego, ao escrever o hino de Morro do Chapéu/BA, exaltou o seu povo classificando-o como “ordeiro, bom e hospitaleiro”. Atributos que as novas gerações morrenses carregam até hoje. O clima invejável da cidade citado no hino, permanece e continua sendo o fator de atração de pessoas, novas culturas e atividades empresariais, como vitivinicultura e o plantio de morango. 

A professora visionária enaltecendo a terrinha referiu-se a ela, em um dos versos da composição musical, afirmando que “Teu futuro será promissor, teu progresso uma realidade”.  Décadas depois da profecia, o promissor futuro chegou. Centenas de torres eólicas geram energia e divisas para o município, a vitivinicultura gera emprego, renda e atrai turistas, em que pese a baixa estrutura oferecida pelo município, em razão da incapacidade do poder público de agregar valor e implementar, de fato, políticas públicas para fomento do turismo. 

O progresso em Morro do Chapéu não é uma realidade ainda, como predisse a professora Judith Arlego. Bem, não é ainda para a população de Morro do Chapéu, que tem IDH de 0,588, portanto, abaixo da média nacional. Mas para a atual prefeita, o progresso de amanhã é agora.

Nos últimos dias, foi divulgada matéria com vídeo da construção do primeiro castelo da cidade, de propriedade família Araújo, segundo a prefeita Juliana Araújo (PDT). As instalações palacianas devem, em breve, entrar no roteiro turístico da cidade, já que está localizado ao pé do Morrão, área mais alta da cidade que concentra a maior quantidade de vinícolas e a mais visitada da cidade. Logo, uma das áreas mais caras do município, no momento. 

Segundo a notícia veiculada no site Bdnews, o novo ponto turístico de Morro do Chapéu, já apelidado de Castelo da Disney, conta com contenção acústica, zona de escape e telhados azuis e, nada mais, nada menos, com área de 10 mil metros quadrados. 

Enquanto o imponente castelo é erguido a passos rápidos, outras modestas obras públicas seguem, quase parando, como é o caso da avenida Joel Modesto e da reforma da única quadra poliesportiva municipal, interditada há quase quatro anos e, em reforma, há mais de um ano.

A prefeita, em nota, segundo a matéria acima referida, afirmou que a obra começou em 2021 e que a origem dos recursos constará na sua declaração de renda para justiça eleitoral. É bom que esteja porque se até a mulher de Cesar deve parecer honesta, não bastando ser honesta, imagine a prefeita de uma cidade como Morro do Chapéu que vem aumentando vertiginosamente a arrecadação nos últimos anos. 

A população está ansiosa. E tem razão, vai que a prefeita tomou empréstimo para construir e demore o mesmo tempo que o município levará para pagar os empréstimos tomados pelo município para reformar a quadra poliesportiva, avenida Joel Modesto e outras obras que o município poderia estar fazendo com recursos próprios. 

Que os ventos que sopram e movem as centenas de torres para geração de energia eólica no município, movam também a fé, a esperança e a consciência dos filhos que entoam juntos e uníssonos num só coração a pulsar o hino local.

Na obra Discurso da Servidão Voluntária, o autor Étienne de La Boétie, ao discorrer sobre a quantidade de gente convivendo com tiranos, cita um conto em que uma raposa deu a seguinte resposta a leão que se fingia doente:  “De boa mente entraria no seu covil, mas só vejo pegadas de bichos que entram e nenhuma dos que dele tenham saído”. Assim, vale um alerta aos conterrâneos que forem convidados e se sentirem à vontade para ir ao banquete de inauguração do palacete, certamente em outubro ou próximo visto a proximidade das eleições, lembrem-se de observar se há pegadas de bichos que de lá tenham saído.