Tropas da Coreia do Norte, míssil dos EUA, ameaça nuclear: entenda por que guerra na Ucrânia ganhou dimensão internacional
Conflito entrou em uma nova fase, com maior influência de outros países nas ações de Rússia e Ucrânia. Exército ucraniano acusou os russos de lançarem míssil balístico intercontinental nesta quinta (21). Rússia lança míssil balístico intercontinental em ataque contra a Ucrânia
Soldados da Coreia do Norte. Ataque com míssil dos EUA e do Reino Unido. Ameaça nuclear. Um novo tipo de míssil balístico.
Após meses de avanço relativo da Rússia seguido de um novo período de estagnação, a guerra da Ucrânia entrou em uma nova fase, com contornos internacionais. O novo momento ocorre também quando o conflito, iniciado em fevereiro de 2024, completou 1.000 dias, sem qualquer perspectiva de conclusão ou mesmo negociações de paz.
Relembre, abaixo, os últimos capítulos do conflito e entenda porque atores internacionais passaram a participar de forma direta na guerra:
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Tropas da Coreia do Norte
A Coreia do Norte está no centro deste novo momento da guerra. Em outubro, relatórios de inteligência da Ucrânia, da Coreia do Sul e dos Estados Unidos revelaram um suposto "empréstimo" por parte de Pyongyang, de soldados para lutar na guerra da Ucrânia.
A Rússia e a Coreia do Norte nunca se pronunciaram oficialmente sobre o caso, mas, neste ano, firmaram um acordo de cooperação militar.
Biden autoriza mísseis
ATACMS: os mísseis americanos que a Ucrânia poderá usar contra a Rússia
Desde o início da guerra, os Estados Unidos vinham resistindo ao pedido da Ucrânia de que pudesse utilizar mísseis norte-americanos para atacar a Rússia.
Logo após o conflito começar, os EUA forneceram os chamados ATACMS, mísseis de longo alcance norte-americanos, para o governo de Volodymyr Zelensky com a condição de que só fossem usados para defesa própria dentro do território ucraniano — no caso de ataques aéreos russos.
Mas foi justamente a entrada da Coreia do Norte no conflito que fez o presidente dos EUA, Joe Biden, mudar de ideia, segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pela imprensa local.
Com o aval de Washington, a Ucrânia fez nesta semana o primeiro ataque ao território russo utilizando os mísseis ATACMS, e há relatos de que tropas norte-coreanas foram atingidas.
No dia seguinte, forças ucranianas fizeram um novo ataque, desta vez usando mísseis do Reino Unido, que também autorizou o uso dos artefatos para ofensiva.
Flexibilidade para ataques nucleares
As autorizações do uso de mísseis irritaram o Kremlin, e o presidente russo, Vladimir Putin, respondeu rápido.
Também nesta semana, Putin assinou um decreto flexibilizando os parâmetros para o uso do arsenal nuclear da Rússia, a maior potência nuclear do mundo.
Agora será aplicada uma nova doutrina, que permite uma resposta nuclear de Moscou até mesmo a um ataque convencional contra a Rússia por qualquer nação apoiada por uma potência nuclear. Isso poderia incluir ataques ucranianos, que são apoiados pelos EUA.
Líderes do Ocidente criticaram a reforma e disseram que a mudança cria uma escalada desnecessária de tensões.
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Novo míssil balístico
Nesta quinta, Rússia lançou um novo míssil balístico contra a Ucrânia, também em reação ao ataque ucraniano com artefatos fornecidos pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido.
Putin disse que o ataque foi uma forma de testar o novo míssil "em resposta à agressão do Ocidente". O líder russo considera o uso de mísseis norte-americanos e britânicos em ataques ucranianos uma entrada forma dos Estados Unidos e do Reino Unido no conflito.
O presidente Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chamou Vladimir Putin de "maluco" e afirmou que o presidente russo desdenha da vida humana.
"Hoje, nosso insano vizinho mais uma vez revelou sua verdadeira natureza: seu desdém pela dignidade, pela liberdade e pela própria vida humana. (...) Hoje, foi um novo míssil russo. Sua velocidade e altitude sugerem capacidades balísticas intercontinentais. As investigações estão em andamento", afirmou Zelensky.
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