Presidente do Chile, Gabriel Boric, é denunciado por assédio sexual; entenda o caso
Ex-líder estudantil, Boric é alvo de investigação no Ministério Público. Suposto assédio ocorreu há dez anos. Presidente tem foro privilegiado no Chile. Gabriel Boric, presidente do Chile, acena durante desembarque no aeroporto do Galeão para participar do G20 no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.
Alex Ferro/G20
O presidente do Chile, Gabriel Boric, é alvo de uma denúncia de suposto assédio sexual que está em investigação no Ministério Público do país.
A denúncia, a segunda de assédio contra Boric, foi feita em setembro, mas só nesta semana a Promotoria revelou o caso. A defesa de Boric negou o suposto assédio na noite de segunda-feira (25).
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Segundo relatou a vítima ao Ministério Público, ela foi assediada por Gabriel Boric quando o agora presidente tinha 27 anos, logo após terminar a faculdade de Direito. Boric, hoje com 38 anos, era um dos principais líderes estudantis do país antes de concorrer à presidência.
O chefe do Ministério Público de Magallanes, região no sul do país onde o caso foi protocolado, Cristián Crisosto, confirmou que "existe um processo criminal relacionado aos fatos indicados". A denúncia foi apresentada em 6 de setembro, ainda de acordo com a Promotoria.
"O presidente (...) rejeita e desmente categoricamente a denúncia de um suposto fato ocorrido em 2013, quando ele tinha 27 anos e havia acabado de finalizar os estudos de Direito", afirmou o advogado de Boric, Jonatan Valenzuela, em um comunicado.
"Meu representado jamais teve uma relação afetiva nem de amizade com ela e não tiveram comunicação desde julho de 2014", acrescentou Valenzuela.
Ainda de acordo com a defesa, a denúncia foi apresentada por uma mulher que na época enviou, de forma "não solicitada nem consentida", 25 e-mails a Boric, um deles com imagens explícitas. Dez anos depois, a mesma mulher "apresentou uma denúncia sem qualquer fundamento contra o já presidente Gabriel Boric", diz o comunicado do advogado.
Na campanha para sua eleição em 2021, o presidente chileno foi acusado der outro suposto assédio sexual que também negou na época. A denúncia nunca foi investigada criminalmente.
Boric, que em 2026 completará seu mandato de quatro anos sem direito à reeleição, tem foro especial e, para ser investigado, a Justiça antes deve aprovar um julgamento da imunidade.
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Uma equipe especial do Ministério Público é responsável pela investigação, disse ainda Crisosto, que não revelou mais detalhes do caso.
O caso contra Boric ocorre no momento em que seu governo enfrenta um escândalo por acusações de abuso sexual e estupro contra o ex-homem forte do governo na área de segurança, Manuel Monsalve, que está em prisão preventiva há uma semana.
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